CPI do maior endividamento da história de São Caetano do Sul, que investiga possíveis irregularidades cometidas pelo ex-prefeito José Auricchio Júnior (PSD), avança para uma nova fase sob a relatoria do vereador Edison Parra (Podemos). A comissão prepara para esta quarta-feira (18) a notificação formal do ex-chefe do Executivo, considerado peça central no processo investigatório.
A iniciativa, liderada por Parra, visa apurar as decisões administrativas e financeiras da antiga gestão que resultaram em uma dívida pública que ultrapassa R$ 1 bilhão, somando empréstimos, precatórios e restos a pagar.
“Após os ritos iniciais de organização da CPI, avançamos com a elaboração do plano de trabalho da investigação. Listamos os documentos que serão solicitados com foco em questões fiscais e contábeis, para apurar se os atos da gestão passada seguiram as normas legais”, explicou Parra.
A CPI, composta por três vereadores e com apoio técnico da Procuradoria da Câmara, deve requisitar documentos fiscais, contábeis e administrativos junto à Prefeitura. Os materiais vão subsidiar a análise de contratos, empenhos, liquidações e restos a pagar, especialmente no último ano da gestão anterior, apontado como o mais crítico.
Mesmo ainda em fase inicial, os trabalhos da CPI já se destacam pela firmeza e pelo planejamento conduzido pelo vereador Parra, um dos mais combativos opositores da gestão Auricchio nos últimos anos.
“Esta é uma investigação séria. A dívida bilionária não surgiu por acaso. Nosso papel é dar transparência, identificar responsabilidades e entregar à população um relatório técnico e fundamentado”, afirmou o relator.
A expectativa é de que os documentos solicitados ao Executivo sejam entregues no prazo legal de até 15 dias úteis. Paralelamente, a CPI também notificará o ex-prefeito Auricchio, garantindo o direito de ampla defesa e evitando qualquer questionamento jurídico futuro.
Além da requisição de documentos, o plano de trabalho da comissão prevê oitivas, diligências e eventual encaminhamento das conclusões ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado.
A relatoria da CPI por Parra representa não apenas a continuidade de sua atuação firme na fiscalização da gestão pública, mas também o compromisso de levar ao conhecimento da população todos os fatos que contribuíram para o colapso fiscal do município.
A CPI tem prazo inicial de 120 dias para apresentação do relatório final, que poderá indicar falhas técnicas, administrativas ou possíveis atos de improbidade. A comissão se reúne semanalmente na Câmara Municipal de São Caetano do Sul.