Artigo publicado no Diário do Grande ABC em 23 de maior de 2025
Por Edison Parra
A situação financeira da Prefeitura de São Caetano do Sul é gravíssima. A gestão passada levou nossa cidade ao maior endividamento da história, que já ultrapassa R$ 1 bilhão, somando empréstimos, precatórios e restos a pagar.
Durante os últimos anos, denunciei com veemência que caminhávamos para um cenário preocupante. Alertei que a gastança desenfreada e a obsessão por obras desnecessárias e caríssimas colocariam São Caetano em risco fiscal.
Atuei na Câmara Municipal contra esse modelo de gestão: votei contra empréstimos injustificados, questionei contratações, votei contra criação de cargos, apresentei denúncias ao Ministério Público e adverti que a dívida deixada pela última administração ultrapassaria R$ 1 bilhão.
Na época, parte da classe política tratou meus alertas como exagero, mas, infelizmente, minhas previsões se concretizaram. Conforme publicou o Diário do Grande ABC, o próprio prefeito Tite Campanella admitiu o “cenário financeiro caótico” da Prefeitura.
O Diário também informou que o município registrou déficit de R$ 220 milhões em 2024 – o maior entre todas as cidades do ABC. Para dimensionar o rombo: a segunda colocada no ranking negativo apresentou déficit três vezes menor.
Esse dado, por si só, escancara o resultado de uma política administrativa ultrapassada, que priorizou obras mirabolantes e milionárias sem responsabilidade com o futuro de São Caetano.
Prédios públicos que consumiram dezenas de milhões em investimentos foram ‘inaugurados’ no fim da gestão passada sem que estivessem prontos (e que seguem sem funcionar até hoje), a exemplo do ‘Pronto-Cardio’, o Complexo Educacional do bairro Mauá, entre outros. A saúde entrou em colapso: filas intermináveis no pronto-socorro, enquanto a fila de credores que batem à porta da Prefeitura também só aumenta.
Alegando redução de custos em horas extras, a atual gestão reduziu o horário de atendimento das UBSs – que antes funcionavam até as 21h e agora fecham às 17h.
Trata-se de um erro grave: saúde deve ser prioridade, e a busca por economia, que é legítima e necessária para o momento, não pode penalizar a população.
Precisamos impedir que o modelo da gestão Auricchio se repita. São Caetano não pode mais pagar por escolhas sem planejamento, sem transparência e sem compromisso com o futuro.
Uma boa gestão se faz com equilíbrio, planejamento e prioridades claras. Como vereador de oposição, seguirei fiscalizando, denunciando e propondo, sempre em prol da nossa São Caetano.
*Edison Parra é vereador de São Caetano do Sul e presidente municipal do Podemos.